Muitas Variedades de Espécies de Orquídeas para Poucas Abelhas - Abelhas e Fungos no Processo Evolutivo das Orquídeas.
Estudo aponta que são poucas as abelhas polinizadoras e
fungos úteis com relação a variedades de
orquídeas segundo estudo.
Não é de agora que os cientistas descobriram que as
orquídeas são um grupo de plantas mais bem sucedidos entre as plantas de
flores.
O estudo realizado no Americam Naturalist, culminou na
investigação durante dez anos na África do Sul, envolvendo pesquisadores do
Imperial College de Londres, o Royal Botanica, Kew, entre outras instituições
internacionais, concluíram que a relação de abelhas polinizadoras e fungos micorrízicos
são muito baixas se comparadas com a diversidades de orquídeas existentes.
Atualmente a investigação sugere que há uma enorme variedade
de espécies, porque as orquídeas são espécies altamente adaptáveis e
individuais que podem interagir com as abelhas e outros agentes polinizadores,
em diferentes maneiras.
Exemplo disso, quando as orquídeas Pterugodium pentherianum e Pterugodium
schelpei vivem lado a lado, a Pterugodium
pentherianum coloca seu pólen nas pernas dianteiras da abelha, enquanto Pterugodium schelpei coloca-lo no abdômen
da abelha, como da foto ao lado. Isto significa que uma abelha pode transportar
o pólen de duas espécies distintas sem misturá-lo.
As orquídeas são capazes de viver harmoniosamente juntas com
diferentes espécies entre si e trabalhar em parceria com diferentes fungos,
garantindo que não haja competição entre elas.
Já era sabido pelos pesquisadores que as orquídeas têm
fortes interações com abelhas, que polinizam as flores, em troca de alimentos
como néctar ou óleos, e também com fungos, que fornecem para as raízes minerais
e açucares. Essas relações estão entre os melhores exemplos de sistema da
natureza de “benefício mútuo” e acredita-se ter sido importante para permitir a
evolução de tantas espécies diferentes de orquídeas. Porém, os mecanismos pelos
quais essas relações afetam o número de espécies de plantas e a capacidade
dessas espécies coexistam, tinha permanecido obscura.
O professor Tim Barraclough, da divisão de biologia do
Imperial College London, co-liderou uma equipe internacional para investigar
como essas interações afetam a diversidade de orquídeas. As orquídeas são
hiper-diversificada a nível global, especialmente na África do Sul, onde elas
se diversificaram em grande escala, por isso, queria descobrir como muitas
espécies são capazes de existir sem a concorrência, disse ele.
Foram estudadas 52 espécies de orquídeas em uma pequena
região da África do Sul, que todas secretam óleo dentro de suas flores que as
abelhas fêmeas recolhem para alimentar suas larvas. Foram observadas quais
abelhas polinizadoras foram visitar as diferentes espécies, eles coletaram o pólen
que elas carregavam. Foi encontrada forte evidência de que, quando uma orquídea
se encontrava em uma nova área geográfica adaptada para uma espécie diferente
de abelha polinizadora, e curiosamente, algumas espécies de orquídeas
concorrentes eram capazes de se adaptar ao colocar pólen em diferentes partes
do corpo da mesma abelha.
É notável ver como as orquídeas diversificam não só entre
abelhas polinizadoras como em depositar em partes diferentes de um mesmo agente
polinizador seu pólen, garantindo assim que uma determinada abelha possa
polinizar mais de uma espécie diferente de orquídeas, mas de forma específica a espécie determinada.
Os pesquisadores também estudaram os fungos que vivem nas raízes
das orquídeas, para ver como estava afetando a diversidade de plantas. Tem sido
difícil entender como a interação das orquídeas e fungos afetam a diversidade
de plantas, no entanto, uma técnica conhecida como DNA barcoding com experimentos
em campo ajudou a decifrar o enigma.
Diferentes espécies de plantas acende a diferentes grupos de
nutrientes e assim o problema de vives juntos sem competir pelos mesmos
recursos está resolvido. No entanto, os mesmos parceiros de fungos são
encontrados em diferentes áreas geográficas e espécies de orquídeas de modo que se originam em diferentes áreas,
adaptando-se às diferentes polinizadores, ainda tendem a usar o mesmos fungos.
O trabalho realizado chegou à conclusão que mudanças nas
características de polinização foram importantes para o surgimento de novas
espécies e permitindo a coexistência em um grupo diversificado de orquídeas, enquanto
que mudanças no parceiro de fungos foram importantes para a convivência, mas
não para a especiação.
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